Daniel Bastos

Uma jornada inesperada

daniellbastos — Mon, 19 Jun 2023 00:00:00 -0300

Sam: Se eu der mais um passo, será o mais distante de casa que jamais vim.
Frodo: Venha, Sam. Lembra o que o Bilbo dizia? É perigoso Frodo, sair porta afora, você pisa na Estrada e se não controlar seus pés, não há como saber até onde você poderá ser levado.

Depois que saímos do nosso Condado, onde todas pessoas são familiares e tudo é conhecido, passar o dia do aniversário longe dos pais, irmãos e amigos, é algo comum. Sempre fizemos um esforço ou outro para estarmos juntos nessas datas, para celebrar "à moda antiga".

Esse ano foi um pouco diferente do que de costume, assim como quase tudo que estamos vivendo ultimamente. Dessa vez passamos o meu aniversário longe de toda nossa família. Na verdade, todos os aniversários da família vão ser desse jeito este ano.
Não só estamos longe da família, como estamos o mais longe que já estivemos até agora.

Mas a vida é feita de escolhas e preferimos nós mesmos fazer as nossas escolhas, ao invés de deixar que a vida as fizessem por nós. Então ganhamos muitas coisas, e perdemos o mesmo tanto, ou mais.

E não é por isso que deixamos nossas tradições de lado. Tradição não está em lugares ou coisas, está no peito.
Por isso seguimos com as tradições de aniversários, com bolos, velinhas, presentes, etc. E quando a família não pode estar por perto, ligamos e brindamos juntos! Conforme manda a tradição!

Nem todos aqueles que vagueiam estão perdidos.
- J …

Educação à Quixote

daniellbastos — Fri, 09 Jun 2023 00:00:00 -0300

Ao ser pai, muitas coisas passaram a rodear minha cabeça, como um furacão que arrasta coisas tão diferentes, a girar entorno do mesmo lugar.
Foram desde assuntos práticos como: Como melhorar a situação financeira, ter o mínimo necessário para receber um bebê, qual a temperatura ideal do leite do mama, etc.
Até os mais "teóricos". Alguns deles surgiam e eram descartados, ou resolvidos, de imediato. Mas havia um que era constante. E de quando em quando ele ia, e voltava.
Assim como "O um anel" do Senhor dos Anéis, parecia que esse assunto tinha poder sobre os outros.
E por ser o mais importante, mostrava-se aos poucos para mim. Tal como o nascer do sol que, lentamente ilumina o nosso quarto, tornando visível toda a bagunça que escuridão da noite escondia.
E sem atropelos, fui entendendo que o assunto educação deveria ser o foco de tudo.
Então aos poucos fui realizando uma espécie de auto-educação (o termo é contraditório em si, mas é o que temos para hoje). Pensando em quem sabe um dia, poder ajudar ou apenas não atrapalhar, a Sofia (e agora o Bento também) na sua formação como pessoa.

Sei que muito do que eu aprendi, chegou em boa hora. Mas as vezes aprendia algo que já era tarde demais (sorry Sofia).
E depois de ler/aprender algumas cositas sobre educação, notei algo que era comum em tudo que aprendia.
Todos falavam da importância de o educando ser uma pessoa íntegra. E não falo no sentido moral …

O pescador e a sua grande batalha

daniellbastos — Sat, 29 Apr 2023 00:00:00 -0300

Vê-se ao longe um grupo de nuvens se reunindo, como se algo de sombrio estivesse a tramar. Aos poucos, enegrece o céu e, sem pressa, antecipa o anoitecer.
Lenta e constante, ela avança sobre todos como uma criatura confiante e orgulhosa do seu potencial destrutivo. Daquelas criaturas que não precisam correr para alcançar sua vítima.
Relâmpagos surgem de todos os lados. Como sorrisos macabros que costumam estar presentes nos rostos que nos atormentam.
Alegria já não há em nenhuma alma. Nem o mais bravo dos bravos consegue evitar que seu peito se aflija.
E lançado ao mar, um pescador solitário luta a sua grande batalha. Ninguém é capaz de ouvir as orações que saem de sua boca, mas isso não impede que elas sejam atendidas.
Nada mais consegue ver à sua volta. Apenas a escuridão e o mar revoltoso são agora, a sua única companhia.
Até mesmo a lua o abandona. Sem conseguir resistir à escuridão, despede-se do pescador com olhar aflito sem saber se o verá novamente, e desejando-lhe boa sorte.
Mas bons pescadores não se fazem pela sorte. Porém agora, contar com a sorte é a única forma de manter a esperança de voltar para casa.
Casa simples, semelhante a todas as outras daquela vila.
Na fachada, um São José de azulejo segura o Menino Jesus nos braços.
E dentro, dois pares de braços estão à sua espera.
Esposa aflita, tenta disfarçar aquilo que sente no peito preparando um caldo verde, enquanto reza baixinho para não chamar atenção …

O fim se aproxima

daniellbastos — Thu, 20 Oct 2022 00:00:00 -0300

O fim se aproxima.
Já não ouço o barulho das ruas.
As luzes começam a se apagar.
Deitado em uma posição confortável, não me mexo.
Imóvel, a respiração se acalma e o corpo relaxa.

É... Parece que chegou meu fim.

E como foi que vivi até aqui?
Será que realmente fiz tudo aquilo que julgava ser necessário?
O quanto que meus vícios, como a preguiça e a avareza, me afastaram daquilo que eu mesmo julgo ser bom?

Deixei alguém magoado?
Será que tive tempo suficiente para me desculpar por ter cometido alguma injustiça?

E Deus?
Será que me esforcei de verdade para buscá-lo?
Será que foi suficiente todas as vezes que pedi perdão pelos meus pecados?

E minha esposa, será que ela sabe o quanto eu a amo?
O quão importante ela foi na minha vida até agora?

Minha filha!
Espero ter deixado boas lembranças e bons exemplos.
Espero que ela nunca questione o seu valor, pois ela sempre foi a joia mais valiosa que eu já tive.

Meus pais e irmãos.
Será que eles sabem da importância que cada um teve na minha vida?
Será que sabem que devo tudo a eles?

E meus amigos?
Será que deixei uma última palavra de apoio e carinho para eles?

Não importa mais. Agora é tarde!

Agradeço à Deus pela oportunidade de ter vivido tudo isso que vivi.
Peço perdão pelos meus pecados e pelas minhas falhas.

Agora tudo se encerra.

Fecho meus olhos e durmo.
Se encerra aqui um dia, ou …

Diálogos com Sofia II

daniellbastos — Sat, 02 Apr 2022 00:00:00 -0300

Diálogos com Sofia III:

Em uma manhã de sol, aproveitando tempo para fazer uma caminhada pela rua com a Sofia, eis que passa uma moto por nós na rua. Daquelas típicas motos que costumam despertar os sentimentos mais assassinos, que até em monges trapistas rasgam suas vestes.

Depois que silêncio voltou a rua, a Sofia fala:
- Queria ser o presidente do Brasil.
- Porque filha?
- Eu iria mandar prender todo motoqueiro.

Então rindo eu respondo:
- Te entendo. Realmente, com essas ideias, tu tem grandes chances de virar presidente.

Diálogo IV

Rádio:
Hoje tivemos o número recorde de mortos em um único dia por COVID, de 123. Ao total já cointabilizamos 430.000 de mortos (números aleatórios).

Pai, foi tudo isso de gente que morreu hoje?
Oi filha? Não entendi.
A mulher na rádio falou que morreu um número de pessoas. Foi tudo aquilo que morreu?
Ah sim filha, deve ter sido isso mesmo.
Será que ainda tem gente viva na terra? Ou só tem nós mesmo?
(dou uma risada alta)
Ainda tem bastante gente, tu não viu o tamanho das filas que estavam agora mesmo no mercado?

Diálogo V

Em uma noite de domingo, estava eu, finalizando um texto para o blog com o meu notebook na sala, e a Sofia estava no notebook da Ju ouvindo músicas.
Então ela pediu para “ver vídeos” (são os vídeos de outras crianças jogando algum jogo). Falei para ela que não tinha problema, que ela poderia assistir.
Entre um vídeo e outro, eis que …

Coragem

daniellbastos — Thu, 17 Feb 2022 22:00:00 -0200

Coragem... O que é ter coragem? Você conseguiria identificar uma pessoa corajosa? Ou quem sabe, ver no seu passado momentos de coragem? Ou da falta dela?

Engraçado como uma palavra te leva a pensar em situações/imagens/cenas tão longe do que ela realmente significa. Por muito tempo essa palavra remetia a atos heróicos, de pessoas se jogando em situações de risco e saindo de lá vitoriosas. E logo percebi a ausência completa dessas "cenas" na minha vida. Foi um tanto triste.
Nunca tive uma história empolgante de brigas na juventude, ou algo do gênero, onde um ato de coragem pudesse surgir e dar um certo glamour a minha pobre biografia. Com uma vida pacata, vivi uma vida sem atos de coragem.

Mas então vêm os filhos (no meu caso uma filha), e com eles, uma nova forma de ver as coisas à volta. Um novo modo de ver o mundo, muito mais próximo de como ele realmente é, sem grandes ilusões sobre ele e muito menos sobre si próprio.

A partir daí consegui ver a coragem como ela é! Até em mim, pude encontrar certos lampejos de coragem.
Mas não é em mim que vejo a coragem vibrante, se manifestando diariamente. É na Sofia que eu a encontro, e é dessa coragem que me alimento quando não é suficiente.

Explico. Ou melhor, exemplifico.

É como na natação, que ela começou a fazer há pouco tempo. Na primeira aula, ela me confessou que seu queixo tremia de medo ao entrar …

Um dia inusitado

daniellbastos — Fri, 23 Jul 2021 10:00:00 -0300

Muitos dias são inusitados se prestarmos atenção, porém recentemente tive um dia particularmente inusitado.

Primeiro, porque passamos o dia em Porto Alegre. Saímos de manhã cedo para um compromisso e depois fomos almoçar em um restaurante na redenção. A comida estava muito saborosa e o ambiente estava bem agradável.
Era um dia agradável! Muito sol e temperatura amena, sem vento ou qualquer outra coisa que pudesse prejudicar o nosso dia.
Depois de almoçar, aproveitamos para passear pela feira da redenção. Sempre tem muita coisa interessante lá e como de costume, não compramos nada. "Obrigado, estamos só olhando".

Ao completarmos o "circuito" de passeio entre as bancas, "zerando" a feira, a Ju lembrou que logo ali havia um sebo e queria passar lá.
Um lugar exótico e cheio de livros, óbvio que fui com sorriso de orelha a orelha.
Logo achamos o tal sebo! Porém agora era uma mescla de sebo com antiquário, tornando a visita ainda mais interessante e divertida (pelo menos para mim).
Ficamos um bom tempo olhando e admirando tudo que era cacareco velho. Seguindo a nossa tradição, saímos de lá de mãos abanando. Mas fiquei com muita vontade de comprar um taco de golfe velho que tinha lá. Realmente não saberia o que fazer com aquele taco de golfe em casa.

Começamos a voltar, indo em direção ao carro no estacionamento. Antes de ir para o carro de fato, decidimos entrar na Igreja do Santíssimo Sacramento e Santa Teresinha.
Fazia muito tempo que eu não entrava em …

Um Próspero candidato

daniellbastos — Wed, 30 Jun 2021 18:00:00 -0300

Recentemente em um pocesso de recrutamento em que participei, abrimos seleção para o cargo de desenvolvedor backend Python. Inicialmente olhávamos para os candidatos sênior, estávamos dispostos a "pagar o preço".
Porém, poucos nomes apareceram. Cada um em contextos diferentes, o que acabou por impedir que o "negócio" fosse fechado.

Admito, de antemão, que não tenho experiência em "estar do outro lado da mesa". Poucas vezes fui responsável por trazer talentos e gerir equipes. Agora, como desenvolvedor backend, essa luta por desenvolvedores (sim, dá vontade de sair no tapa) caiu no meu colo. E eu gostei do desafio!

Tenho muitos amigos e conhecidos que estão na área de programação, se capacitando e buscando trabalhar em lugares com desafios técnicos interessantes e em empresas legais. Empresas onde a relação humana seja algo valorizado.

Inicialmente, subestimei o desafio. Achei que conseguiria atingir meu objetivo rapidamente.
- Sabe de nada inocente!
Pensava isso toda noite antes de dormir, enquanto me deparava com o fato de ainda não termos o nome para a vaga.

A tempestade de água fria

Conversando com amigos e desconhecidos que estão do "mesmo lado da mesa" (sim, eu incomodo até os estranhos), recebi aquele balde de água fria que, com muito esforço, tentava negar para mim mesmo: É "impossível" contratar devs sênior no Brasil.

O "impossível" é uma generalização, e toda generalização é burra. Mas, nesse caso, o fato de faltar desenvolvedor no Brasil é um exemplo de generalização que simplifica a comunicação com o contratante: "Precisamos de pessoal qualificado! E …

Usando as ferramentas disponíveis: xargs

daniellbastos — Sun, 14 Mar 2021 18:00:00 -0300

É comum no dia-a-dia de quem trabalha desenvolvendo softwares, lidarmos com algumas tarefas repetitivas e manuais. No mundo ideal, essas tarefas todas seriam automatizadas e teriam interfaces bonitinhas para que um usuário não dependa de um programador para executar essa rotina. Mas ainda temos que lidar com o famoso: "Pede para o Automático executar a rotina X". E o "Automático" é você!

Como vivemos no mundo real, isso faz parte da realidade do nosso trabalho. E é por isso que decidi voltar a estudar um pouco mais sobre Linux, já que frequentemente eu esqueço alguns comandos e preciso recorrer ao google muitas vezes (shame).

Hoje vou criar o seguinte cenário hipotético para ajudar a compreender as vantagens de conhecer melhor as ferramentas que estão disponíveis no seu sistema operacional

Cenário hipotético

Devido a urgência de lançar o MVP, uma empresa decidiu que muitas das funcionalidades menos prioritárias seriam deixadas de lado. Uma delas foi a feature de recuperação da senha do usuário. Por ser um "caso raro", ficou combinado que a equipe de atendimento reuniria os identificadores dos usuários com problemas na senhas, e os colocaria no mesmo ticket de chamado para a equipe de suporte.

Dado o cenário, optou-se por criar um endpoint simples para isso. Ao fazer uma requisição para esse nosso endpoint, a API vai atualizar a senha usando 6 dígitos aleatórios e retornar no payload essa string.

A pessoa responsável por atender esse chamado vai pegar o retorno da API e colocar como resposta do ticket …

12 (+5) regras para a vida (de um programador): Um antídoto para o caos

daniellbastos — Fri, 12 Mar 2021 18:00:00 -0300

Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é ouvir e ler as opiniões, dicas, truques e regras de programadores mais experiêntes. Como eles se organizam e pensam nas hora de criar boas soluções para os problemas que aparecem diariamente no nosso trabalho.

Hoje vou falar de uma dessas pessoas que eu costumo ouvir e ler, o meu amigo Cléber Zavadniak. Também conhecido por Til Cléber.

Muitas vezes ele fala e apresenta coisas que eu nunca tinha ouvido falar. Coisas de baixo nível (de programação, não é o que você está pensando), coisas sobre sistema operacional Linux/Unix, etc. Eu sempre ouço com muita atenção!

As vezes, as coisas que ele costuma compartilhar não faz parte da minha realidade. Muitas das vezes eu não concordo 100%, pois tendo a pensar mais pelo lado "business" do que pelo lado "técnico". E nem sempre o que é melhor tecnicamente, é o melhor/mais viável para o negócio.

Recentemente ele gravou um novo vídeo sobre a linguagem de programação TCL. Eu só conhecia ela por nome e fui ver o que ele ia apresentar. Achei bem legal o vídeo, a explicação, mas não consegui ver onde TCL poderia ser útil nos meus projetos. E também não perguntei pra ele o motivo dele estar estudando essa linguagem de programação.

Depois de assistir esse vídeo, o "Youtubiu" me mandou para um vídeo mais antigo do canal do ~cléber. E foi esse vídeo (que eu já tinha assistido) que me motivou a escrever esse post …

Diálogos com Sofia

daniellbastos — Fri, 05 Mar 2021 00:00:00 -0300

Diálogo I

— Pai, quando tu descobriu que queria ser programador?

— Não sei filha. Eu já não era tão criança assim quando descobri que eu gostava de programação. Por quê?

— É que estou na dúvida sobre o que eu quero ser quando crescer.

— É mesmo? Qual é a tua dúvida?

— Estou na dúvida entre duas profissões.

— Interessante! Quais são elas?

— Não sei se quero ser presidente do Brasil ou trabalhar no caixa do supermercado.

(Seguro a risada com muito esforço, já que o assunto é sério)

— Realmente, é uma escolha difícil. Mas tu não precisa decidir agora, segue pensando nesse assunto e talvez um dia tu descubra qual dessas profissões é aquela que tu mais gosta.

Diálogo II

— Pai, já decidi qual vai ser a minha profissão quando eu crescer.

— É mesmo? Qual?

— Vou ser presidente do Brasil. É mais fácil. É só assinar papel.

(Respiro fundo para não rir)

— Realmente deve ser bem mais fácil ser presidente do que ser caixa de supermercado.

— E eu já sei o que fazer para acabar com a pobreza.

— Jura?

— Não vai mais existir dinheiro. A partir de agora vamos usar as folhas das árvores no lugar das notas. Assim o sonho de todo mundo vai se realizar, agora “o dinheiro vai dar em árvore”.

— Realmente, isso resolveria muitos problemas.

— É pai, ninguém gosta de pobreza. Chega de pobreza nesse país!

"É urgente ter paciência"

daniellbastos — Tue, 15 Sep 2020 00:00:00 -0300

"É costumeiro reclamar da pressa e exaustão de nossa época. Mas, na verdade, a principal marca de nossa época é a fadiga e a preguiça; e o fato é que a verdadeira preguiça é a causa da pressa."

G. K. Chesterton

Recentemente, alguns amigos vieram me pedir dicas de como aprender a programar: "O que você indica para quem está começando agora?"
Eu tenho a impressão de sempre frustrar aqueles que esperam de mim um guia/mapa para quem quer aprender a programar do zero.

E é por isso que estou escrevendo esse post.

Vou contextualizar um pouco melhor o que penso sobre a carreira de desenvolvedor, e como foi a minha experiência pessoal.

Identificando o ponto de partida no mapa

Vou dar alguns passos atrás para possamos estar na mesma página: Eu trabalho com programação faz +14 anos, e meus primeiros códigos "funcionais" foram escritos no ano de 2006, em um estágio com PHP e MySQL.

Nessa época, eu nunca me preocupei com o "hype" do momento ou qual tecnologia tinha mais vagas no mercado.

Confesso que fui agraciado pela ignorância desses assuntos no começo da minha jornada. A oportunidade de estágio apareceu e eu aceitei. Simples assim.
Só depois que eu já estava entendendo o meu trabalho, é que procurei me informar sobre quais eram as tecnologias do mercado, seus benefícios e aplicabilidade.

1ª dica: Preocupe-se em aprender alguma tecnologia. Qualquer uma. Isso não é um casamento e você pode trocar se encontrar outra melhor.

Antes de saber …

Alimentando o seu trabalho

daniellbastos — Fri, 07 Feb 2020 00:00:00 -0200

Pode ficar tranquilo que não vou dar dicas sobre alimentação saudável, sugerir dietas ou algo do gênero. Quem me conhece sabe que eu não tenho “perfil” para isso. O que vou fazer aqui é falar sobre algo que eu li recentemente e chamou minha atenção.

Contextualizando

No início do ano eu ganhei alguns livros de presente e recentemente comecei a ler um desses presentes, que é o livro A única coisa. É engraçado que, provavelmente, eu ignoraria esse livro se um dia cruzasse por ele em alguma loja, pois não é o tipo de leitura que eu costumo consumir. Porém quem me deu esse livro foi o meu irmão, e ele me conhece muito bem e sabe muito sobre as minhas empreitadas e os desafios que enfrento diariamente. E pela propaganda do livro feita por ele, eu realmente achei que o livro tinha muito a me ajudar.

No geral, ele é um bom livro (ainda estou lendo), ele traz dicas práticas e simples. Porém teve algo no livro que me chamou muito a atenção, ao ponto de eu superar a preguiça de escrever um post.

O livro

Ele é dividido em três partes, e logo na primeira o autor busca quebrar alguns “mitos” que impedem você de ter sucesso (aqui você interpreta como quiser ;D). Em uma parte, o autor traz algumas pesquisas publicadas em 2007 no Journal of Personality and Social Phischology, onde nove estudos diferentes tratam sobre o impacto da nutrição na força de vontade. Em um desses …

3 dicas para quem quer trabalhar remotamente

daniellbastos — Thu, 30 Jan 2020 00:00:00 -0200

O trabalho remoto já é algo extremamente comum em nossa área de desenvolvimento de software. Empresas, gerentes e equipes estão cada vez mais cientes que os trabalhos que exigem concentração, muitas vezes são melhores desempenhados fora do escritório. Desde 2014 eu trabalho remoto, durante todos esses anos já trabalhei em diversos lugares, com pessoas diferentes e em todos esses locais, a ausência física nunca foi um problema.

Porém, existem alguns pontos que eu considero extremamente relevantes para quem pensa em aderir ao trabalho remoto.

1) Comunicação

Não estou falando de ferramentas de comunicação. Tanto faz se você vai usar o Slack, Discord ou WhatsApp. Você precisa ser muito claro ao expor suas dúvidas e ideias, pois boa parte da comunicação se dará através de aplicativos de mensagens, então capriche na escrita. Pontue bem as suas frases e evite que suas mensagens tenham dupla interpretação. Seja preciso nos termos que usa e claro sobre os pontos que você está discutindo.

2) Disponibilidade

Sei que muitas pessoas associam o trabalho remoto ao famoso: “trabalhe de onde você quiser, quando você puder”. Eu só posso concordar com essa afirmação se todos envolvidos estiverem consciência disso. Sempre me policiei para ter horários fixos de trabalho, deixando claro para todos quando estou online. Isso é o que se espera de qualquer colega de trabalho, independente se ele está do seu lado no escritório ou em outro estado do país. E se você está começando agora, recomendo que você adapte sua rotina aos poucos. No começo …

Django simple form: Coce a sua própria coceira

daniellbastos — Wed, 03 Jul 2019 11:00:00 -0300

"Coce a sua própria coceira"

"Se algo te incomoda, vá lá e resolva e não espere que alguém resolva o problema que É SEU."

Sempre gostei muito do conceito de código open-source, por dar a possibilidade para que muitas pessoas se beneficiem de um trabalho que foi feito para resolver o problema de uma pessoa apenas. Já que a "dor" de um, pode ser a "dor" de muitas outras pessoas.

Para quem, assim como eu, trabalha com projetos web com Django, uma constante do trabalho envolve a construção de interfaces para que os usuários possam interagir com o sistema, consumindo ou fornecendo dados.

Nesse trabalho de codificação de telas para input de dados, o Django oferece muitos recursos que auxiliam no desenvolvimento de interfaces. Porém sempre é necessário algum tipo de customização na hora de apresentar um formulário web para o usuário final. Principalmente se você trabalha com algum framework front-end (Bootstrap, Foundation, etc).

Foi exatamente para essa "coceira" que eu criei o Django simple form.

Atualmente, nos meus projetos Django eu já tenho um "modelo" que utilizo para facilitar a padronização dos meus formulários. Agora decidi criar uma biblioteca open-source e espero que outras pessoas possam se beneficiar desse código também.

A motivação

Inicialmente resisti a ideia de criar algo público, pois pensava que se tratatava de algo muito exclusivo do meu modo de trabalhar, e não seria algo "útil" para a comunidade.

Porém, trabalhando em projetos com diferentes tipos de interface, notei que estava tendo muito retrabalho em …

Faça eventos para reunir pessoas, não para falar de tecnologia

daniellbastos — Wed, 05 Jun 2019 01:00:00 -0300

Como alguns já sabem, sábado dia 01/06/2019, tivemos o 3º PySM em Santa Maria/RS. E foi o evento que me motivou a escrever novamente no meu blog. Depois do evento e pós-evento, fiquei lembrando de algumas conversas que tive antes/durante/depois do evento que me marcaram muito. Vou tentar compartilhar alguns dos pontos que mais me marcaram.

1) Se você não tem dinheiro para ir nos eventos de Python, crie o seu!

Esse foi um dos motivos do PySM ter surgido (talvez o maior), eu queria participar dos eventos de Python, porém na minha cidade não tinha nada parecido. Foi em um certo dia, enquanto procurava me informar sobre eventos e novidades de Python nos grupos de usuários de Python do RS, o PyTchê, que vi a divulgação do evento PyPOA e fiquei muito animado. Era um evento de um dia e eu conseguiria encaixar minha ida para POA junto com a visita dos parentes.

Foi assim que tudo começou. Comentei na postagem que iria no evento e que gostaria de fazer um evento do Python na minha cidade. No instante seguinte aconteceu o seguinte diálogo:

Depois dessa primeira conversa começamos a organizar a primeira edição do PySM, em 2014. Agradeço todo o esforço de divulgação e ideias que os organizadores do PyPOA me deram para que eu, junto com o pessoal de Santa Maria, conseguíssemos tirar a ideia do papel.

Infelizmente achei poucas fotos do primeiro evento :(

No ano seguinte organizamos a 2ª edição do …

Você se preocupa com a educação do seu filho?

daniellbastos — Sat, 09 Feb 2019 09:00:00 -0200

O assunto da educação sempre foi um dos que eu mais me interessei a estudar. E esse assunto virou prioritário pra mim, quando fiquei sabendo que ia ser pai. Logo após a notícia, comecei uma incansável busca por informações sobre educação e desenvolvimento infantil.

Entre leituras e estudos focados na educação da minha filha, veio a seguinte reflexão: Eu estou realmente preocupado com a educação da minha filha. Mas o que estou fazendo pela minha própria educação?

Passei muito tempo pensando nisso e sempre vinha aquele "cagaço", será que estou seguindo pelo caminho certo?

Olhando um pouco a minha volta, notei que quase todas as casas que a gente frequentava (pai, irmão, sogro(a), etc), sempre havia em algum canto da casa, aquele bom e velho quadro de formatura.

A palavra convence, o exemplo arrasta

Sabendo que para as crianças é só o exemplo que importa e revendo meu histórico como "aluno", foi como um soco no meu estômago.

Eu sempre gostei de aprender coisas novas e estudar assuntos aleatórios, porém sou um péssimo como aluno em ensinos formais (não me orgulho nem um pouco disso). Preocupado com o exemplo que eu estava dando para minha filha, decidi voltar a estudar e frequentar uma universidade. Porém durou pouco!

No pouco tempo que frequentei o tal "meio acadêmico", pude notar que lá, por incrível que pareça o conhecimento não era o foco principal das pessoas. A graaande maioria, estava preocupado apenas com o diploma.

Foi então que... De repente. Eureca!

Estava …

O hack do hack: Controle suas contas

daniellbastos — Tue, 05 Feb 2019 09:00:00 -0200

Quem aqui já deixou de controlar os gastos por não ter paciência de "planilhar" tudo?

Quem aqui sabe, exatamente, para onde vai a maior parte do seu dinheiro?

Quem aqui quer mudar essa confusão financeira que suas contas viraram?

Se a sua resposta foi: Sim, Não, Sim. Então esse post vai te ajudar.

Eu não tenho a pretensão de ensinar o que você deve, ou não deve, fazer com seu dinheiro. Mas de tanto sofrer posso dizer com certeza que você deve ter o mínimo de controle dos seus gastos. Eu digo deve, não porque eu sou um exemplo, mas porque posso ser um contra-exemplo.

Não tenho dívidas no meu nome e não estou "matando cachorro" a grito, mas faz algum tempo que não me sinto confortável com minhas finanças. E esse desconforto vem justamente por eu não ter um bom controle financeiro.

Então vou mostrar como eu estou fazendo para resolver esse problema. Sim, o problema ainda existe, mas estou caminhando para resolver essa situação.

Hackeie sua preguiça

Toda iniciativa que eu fiz, de ter as finanças da casa em controle, foi frustrada pela minha enorme preguiça de preencher planilhas. Então a ideia aqui é mostrar alguns hacks para facilitar esse trabalho. Talvez não resolva todo o problema, mas diminiu o tamanho do obstáculo.

O termo hack, para quem não está familiarizado, é um análogo a "hackear/burlar algo", é forçar um sistema a fazer algo diferente daquilo qual ele foi concebido. Isso não é, necessariamente, como aquelas cenas …

Como organizar suas virtualenvs

daniellbastos — Fri, 18 Jan 2019 17:00:00 -0200

Nesse post não vou trazer grandes novidades nem dicas maravilhosas, daquelas que as pessoas costumam guardar apenas para si. Minha ideia é oferecer um caminho simples e prático para quem está iniciando seus projetos em Python e ainda tem dúvidas de como organizar as suas virtualenvs.

Não pretende expor aqui a forma definitiva de como os tuas virtualenvs devem estar organizadas, apenas vou compartilhar como EU organizo meus projetos em Python.

Vaaamos lá!

Eu utilizo uma biblioteca chamada Virtualenvwrapper. Ela é uma espécie de extensão do virtualenv (daqui pra frente vou usar só venv) que nos ajuda a organizar melhor nossas venvs e e toda nos oferendo alguns comandos bem legais.

Para instalar, basta rodar o comando:

sudo pip install virtualenvwrapper

Detalhe, eu rodo o pip sem nenhuma venv ativada para que o virtualenvwrapper fique disponível diretamente no OS.

Depois disso, crie uma pasta onde você deseja por todas tuas venvs:

mkdir ~/.virtualenvs

Com o diretório criado, adicione o seguinte código no final do seu .bash_profile ou .bashrc:

# virtualenvwrapper
source /usr/local/bin/virtualenvwrapper.sh
export WORKON_HOME=$HOME/.virtualenvs

Agora feche seu terminal e abra-o novamente para que ele carregue essas configurações. Se tudo estiver OK, estamos pronto para usar o nosso amigo virtualenvwrapper.

Conhecendo alguns do novos comandos

1) mkvirtualenv

Cria uma nova venv. Esse comando possui alguns parâmetros bem bacanas:

mkdir teste
mkvirtualenv teste -a teste/ -p ~/.pyenv/versions/3.6.7/bin/python

Entendendo os parâmetros:

teste: nome da venv;
-a teste/: define o diretório do projeto …

Uma breve reflexão sobre a regra: Seja amigo de pessoas que queiram o melhor para você

daniellbastos — Tue, 15 Jan 2019 14:00:00 -0200

Jordam B. Peterson... Provavelmente você já tenha ouvido falar desse psicólogo canadense. Ou pelo menos já tenha ouvido algo sobre a sua obra mais recente, o livro 12 Regras para a vida - Um antídoto para o caos.

Este é o seu segundo livro e o que mais ganhou fama, talvez pela sua simplicidade em abordar temas tão latentes na nossa sociedade. J. Peterson nos mostra, com uma linguagem clara e acessível, que as pessoas precisam de princípios ordenadores para suas vidas. Ele ressalta que ordem demais não é bom, mas o caos total pode ser ainda pior. Este livro serve como um guia, nos ajudando a tomar consciência do caos que nos cerca, para entender que é normal a existência de um pouco de caos em nossas vidas. É o equilíbrio entre ordem e o caos que devemos buscar para termos uma vida completa de sentido, e é para isso que cada uma das 12 regras servem.

Após a brevíssimo apresentação do livro, gostaria de trazer algumas reflexões sobre a regra que estou lendo agora.

3ª regra - Seja amigo de pessoas que queiram o melhor para você

Parece algo óbvio, sendo desnecessário qualquer reflexão. Mas então, o que levou o autor a dedicar um capítulo inteiro do livro para algo tão óbvio assim?

Mesmo isso sendo óbvio, frequentemente cometemos erro ao negligenciar os tipos de amizades que nutrimos. No livro, J. Peterson conta que ele vivia em uma cidade do pequena, estilo velho oeste, onde a ambição de todos os …

Primeira contribuição com projeto Open-source

daniellbastos — Tue, 19 Jul 2016 08:00:00 -0300

Fala pessoal, beleza??

Hoje acordei, abri meu e-mail e estava lá: meu primeiro pull request foi aceito.

Sei que pra muitas pessoas isso já faz parte do dia-a-dia, e pode achar até engraçado alguém comemorar algo tão banal. Mas eu realmente quis fazer esse post porque acredito que deve ter mais gente, assim como eu, que nunca contribui com projetos open-source, mas gostariam, então resolvi fazer o meu breve relato.

Por que contribuir?

Sempre achei nobre a atitude das pessoas que disponibilizam seus projetos para o quem quiser usar. Sempre trabalhei com tecnologias open-source e devo minha carreira à essas pessoas.

Como a minha carreira foi alicerceada em tecnologias open-source, sempre quis retribuir de alguma forma (financeiramente não rola ainda :/). Por isso quis contribuir com projetos open-source. Mas qual projeto? Como?

Cosse a própria cosseira

Com o questionamento na cabeça (qual projeto posso ajudar?), fiquei muito tempo sem resposta e parei de tentar respondê-la. A ideia acabou ficando em segundo plano, e segui tocando a vida.

Eis que um dia criei um projeto pra brincar com a API do Facebook. Normalmente costumo tentar resolver tudo com Python 3 (pra já ir me familiarizando com as mudanças, já que hoje no meu trabalho ainda uso o Python 2.7 com Django).

Brincando com a API do Facebook, usei Python 3 e MongoDB para consumir os dados da API, e agora chegou a hora de criar um site pra visualizá-los melhor. Então para expor os dados, usei o Bottle com a lib …

Palestra no IFF POA

daniellbastos — Wed, 01 Jun 2016 10:00:00 -0300

Fala pessoal, beleza?

Nessa segunda-feira, dia 31/05/2016, foi o primeiro dia da semana acadêmica do curso de Sistemas para Internet no IFF de Porto Alegre, onde fui convidado a palestrar sobre Python. Me senti muito horando pelo convite e espero ter conseguido passar um pouco de conhecimento.

A palestra foi sobre Python e BDD, os slides estão disponíveis no link https://slides.com/daniellbastos/bdd/live e o projeto de exemplo está no GitHub https://github.com/daniellbastos/palestra-bdd

Procurei falar desse assunto pois uso essas tecnologias diariamente no meu trabalho, e há algum tempo queria falar sobre esse assunto que acho muito interessante e que ao mesmo tempo não é divulgado em eventos.

Agradeço a atenção e recepção do pessoal que estavam organizando o evento, ao coordenador do curso, Alex Martins que foi super atencioso e prestativo desde o primeiro contato por e-mail.

Só tenho a agradecer à todos e espero ter colaborado com o evento. Fico a disposição para esclarecer qualquer dúvida e sempre que precisarem de ajuda, contem comigo no que precisar.

Um forte abraço à todos.

Como me tornei programador Python?

daniellbastos — Tue, 22 Mar 2016 17:00:00 -0300

No início da minha carreira como programador não tive problemas na escolha da tecnologia, na época eu fazia um curso técnico em informática e um dos meus professores me convidou para fazer o estágio do técnico com ele, pra desenvolver os softwares pros clientes dele (mão de obra baratíssima.. não recebia nem auxílio vale-transporte, no final das contas pagava pra programar).

Naquela época ele usava PHP com MySQL, aprendi muito nessa época.. Dado que eu não sabia nada, toda a prática que a sala de aula não da, eu tive graças a esse estágio. Por isso sempre dou essa dica para o pessoal que quer aprender, que no início da carreira, ignore o salário, vá pelo aprendizado. Eu cheguei a trocar de estágios pra ganhar a metade (e olha que eu ganhava pouco.. hehehe), só porque nesse novo lugar tinha bem mais oportunidades de aprender.

Depois que iniciei a faculdade continuava buscando estágios e empregos na área, e com o passar do tempo tive contato a POO e frameworks do PHP, nessa época eu já trabalhava para agências desenvolvendo sites e sistemas web.

Tinha um amigo, o Henrique Leal, que me apresentou Python/Django (ele recém tinha tido contato do Python através do Ikke, se não me engano) e me incomodava pra aprender e usar no meu trabalho, já que eu tinha essa liberdade por ser o único programador da agência.

Fazia os tutoriais básicos, que só ensinava a configurar o admin do Django e criar um ou dois templates …